Tuesday, February 09, 2010

Haja (e aja de) punhos

A sociedade de hoje tornou uma sociedade de punho, uns batem com o punho na mesa, outros batem na cara ou ainda tentam bater e outros dizem terem sido acariciados por um punho.
Ele foi o Artur, ele foi o Pinto ou os Pintos, a memória atraiçoa nestas alturas. Ele foi o Carlos, ele foi o Ricardo coração de Leão.
Quiçá terá sido um punho a empurrar o, na altura um simples e imberbe príncipe de coisa nenhuma a bater(-se) com a mãe e assim dar origem ao rectângulo mais burtoniano desta Europa.
Pena os punhos de outrora, capazes de desbravar matas selvagens e caminhos por entre paisagens agrestes, serem agora um resquício de um passado poeirento e desvanecente.
Ou então subsistem os punhos mas falta a lucidez capaz rentabilizar tal recurso.
Aguardam-se desenvolvimentos ou retomando a deixa famosa:
"Não percam o próximo episódio porque nós também não!!!"

Sunday, February 07, 2010

Sem anos de República Portuguesa



Estamos na comemoração do centenário da República Portuguesa. Cem anos é idade para já ter juízo ou por outro lado não ter juízo algum e evidenciar já largos momento de senilidade.
Aliás parece ser essa a faceta da República Portuguesa nos momentos correntes. Tudo parece ter perdido a pouca sensatez ainda restante neste recanto ibérico onde Ulisses terá um dia aportado mas de onde lestamente terá partido, sinal de sensatez da parte do grego e também de crónica senilidade lusitana.
Neste rectângulo com dois retalhos adjacentes de repente todos parecem ter perdido o tino, trocando prioridades lógicas por preocupações anedóticas.
E neste ambiente vive o país qual Roma na vertigem do declínio. Só ignoramos de onde virão os bárbaros embora se adivinhe a relutância destes em se aproximarem deste cabaret de faz de conta.

O fim do festival da canção…

E eis o fim do festival da canção. Quiçá até mesmo do Eurofestival da canção.
Afinal morreu a força inspiradora das grandes canções… a querida Rosa Lobato Faria. Acabaram-se as canções cheias de sentimentos lamechas, mas nunca o suficiente para convencer o júri do EuroFestival da canção. Deu-se mesmo o extraordinário facto de em tempos as belas letras melosas terem achado relegadas para a obscuridade por uma canção numa língua inventada por um grupo de exóticos vestidos como o senhor da madeira no carnaval.
Partiu a senhora por detrás das nossas grandiosas prestações artísticas nesse momento conjunto de exaltação musical. Mas ficam os contributos para a cultura e claro, ouvir o sempre carismático Eládio Clímaco a anunciar: Grécia – um ponto para Portugal.

Thursday, October 08, 2009

shadows and clouds

a lot can be hidden between shadows ands clouds
a world can be seen where there resides doubt
i try to find something in your words and lines
but all that i see falls with a smile
words build hopes and dreams e ideals
words make real hopes and dreams e ideals
words took so many lives before
by words my life was taken
all of my dreams collapsed in your mouth
thus far i see only mist around
day by day i stand over sinking sands
ask me not if i know or feel it as real
neither how endless it will uncertainly be
pledging only to myself may i be found
when shadows and dreams eventually fall
again with my uncertain solid path
only a foreseen twist in a straight head road
shall a spoiled remain will

Saturday, September 05, 2009

O mundo do avesso visto do lado de dentro

O mundo está do avesso...

E eu vejo tudo do lado de dentro
Todos são os curandeiros sagrados

Todos têm um milagroso unguento


De uns ouve-se a fórmula

De outros o procedimento

Mas nenhum deles

Me traz alento


São apenas vozes de dromedários

Quais zurros de teimosos jumentos

Tentam fazer de nós otários

Estes belos excrementos

Friday, August 21, 2009

diário de um engripado A


dia um com a gripe a:

ligo para a linha de apoio ao engripado a e ouço a seguinte mensagem: por favor aguarde. a sua chamada será atendida algures durante este século. caso morra ou desfaleça por favor prima 1, caso pretenda ser atentido por um assistente marca a raiz quadrada de 1235865.

após esta tentativa frustada desloco-me ao centro de saúde onde me atribuem a senha verde - a analisar após terem sido visionados todos os programas da tarde.

quando sou finalmente atendido e diagnosticado ouço alguém a ligar para as televisões, rádios e afins. antes de ser encaminhado para casa, com o kit engripado a - a máscara para a face, o folheto sobre como prevenir a gripe a e os cuidados a ter e ainda o programa eleitoral do governo - sou aconselhado a preparar breves declarações sobre o meu estado para os órgãos de comunicação (do) social já de plantão à porta.

ao abeirar-me da saída foi bombardeado com questões sobre quais os meus sintomas, quais os meus planos para os próximos dias, qual a melhor contratação do defeso, qual a opinião sobre a nova capa da playqualquercoisa.

quando finalmente consigo chegar ao meu local de quarentena, o lar doce lar, descubro-me na tv no intervalo entre a morangada e a novela das nove. e penso, esta quarentena de dez dias tem de servir para emagrecer. aquele polo faz-me parecer tão fora de forma.

Monday, August 17, 2009

adoro o verão

neste verão dado a loucuras eis o grande sucesso...
uma mistura entre o lone ranger e o alvin e os esquilos eis:

camarão com pão...
o sucesso de verão...
num país sem rumo...
num país sem razão

http://www.youtube.com/watch?v=ImEIqbRaH6w

os meus parabéns ao autor ou autores...

e porque não fazerem um novo hino para a selecção???

A terra das oportunidades...


este recanto é mesmo a terra das oportunidades. assim saiba o indígena aproveitar.

estranhamente parecem ser os forasteiros a melhor potencializar essa característica do solo nacional.

basta ver como empresas estatais deficitárias durante largos anos conseguem mesmo assim atribuir bónus substanciais aos seus administradores. quanto não vale andar com a cabeça no ar a pensar nos aviões?

e em tempo de crise florescente como promessas em período de caça ao voto, como dão as gratas figuras desta mui antiga nação o exemplo? simplesmente dizem apertem o cinto enquanto nós vamos ali ao lado passar férias.

mas não há lugar a desespero pois os autóctones também são capazes de surpreender. e será atentar nas mais imaginativas formas de durante o período de arrebanhamento de multidões se farão negócios de portugal.

porque nem na china se consegue tanto por fazer tão pouco!

Wednesday, July 15, 2009

E começa a época de férias...

portugal entrou de férias!!!
o povo ruma ao allgarve (mais um belo contributo de um tauromáquico ministro económico)!
embuído de um espírito de festa, de uma vontade de celebrar o final de um longo período de trabalho e de fugir de uma ideia assustadora de crise, essa estado de alma tão conhecido dos portugueses.
afinal a crise vem desde os tempos daquele pueril chefe dinástico com desejo de visitar o magrebe, e note-se como se perpectua a tão portuguesa de fugir para longe quando chega a altura de assumir responsabilidades, da qual o nosso representante máximo pelos lados da europa central deu tão cabal exemplo.
mas está o canto lusitano de férias...
deixemos as procupações de parte e atentemos na silly season...
o futebol toma o lugar cimeiro mas brevemente chegará esse entretém tão luso... a campanha eleitoral!!!
aí sim veremos os verdadeiros artistas... com fintas, dribles, saltos, cambalhotas, entradas a pés juntos e defesas impossíveis!!!
atenção vai começar a festa!